Segundo, Aurélio Buarque de Holanda: “Motivação é o ato ou efeito de motivar; conjunto de fatores que determinam a atividade e conduta individual”. Muito se fala, atualmente, em motivar os colaboradores. Vamos relembrar alguns momentos marcantes da nossa trajetória trabalhista.
Nos anos 40, a CLT surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, sancionada pelo então Presidente Getúlio Vargas, unificando toda legislação trabalhista existente no Brasil. Tendo logo a seguir, nos anos 60 , a criação do FGTS, uma revolução trabalhista para a época.
Fomos também, impactados pelo modismo das cestas básicas, acreditavam-se que os funcionários bem alimentados trabalhariam melhores. Não satisfeitos, criaram o ticket refeição ou alimentação, pois a cesta básica, já não atendia as necessidades dos trabalhadores. Não que esses “pensadores-empresários” fossem bons samaritanos, longe disto, era uma forma também de descarregarem seus impostos de renda.
Pensaram então, na questão do transporte, e nos anos 80, através da Lei 7418/85, sancionada então pelo Pres. José Sarney, com objetivos de diminuir os atrasos e as constantes faltas, pois muitos não compareciam ao trabalho, por que o salário não cobria o total de passagens do mês, criaram assim, o vale-transporte.
Mas faltava algo ainda, o Sistema Público de Saúde no Brasil era, e continua sendo precário, e o trabalhador não poderia perder dias, se submetendo a longas filas para serem atendidos, então formalizaram os Planos de Saúde, extensivo aos familiares, surgindo assim empresas como: Golden Cross, Amil, Unimed e outras mais.
Diante dos fatos, aquelas micro e pequenas empresas que não tinham condições de oferecerem os benefícios citados, tiveram então a “brilhante” e “inédita” solução do “tapinha nas costas”, o que deixava, trabalhadores entediados, muitas das vezes com alguns “hematomas”... brincadeiras à parte, os gestores acreditavam que esta ação, inusitada, manteria o funcionário motivado, salvo engano!
Mesmo com esses ganhos a favor dos trabalhadores, ao longo das décadas passadas, os grandes “pensadores”, perceberam que mesmo oferecendo uma gama de benefícios e vantagens, seus subordinados continuavam, ainda assim, desmotivados. Foi quando no mercado, surgiram os palestrantes ou consultores-showmans, uma espécie de protetor dos oprimidos e desmotivados, aqueles que têm o poder de levantar o moral da organização, oferecendo um “elixir milagreiro”, pois acreditam-se que após a visita deste super-herói, os trabalhadores terão uma super, hiper, mega energia e atingirão as metas pré-estabelecidas .
Não quero, com isto, dizer que todas as ações idealizadas e concretizadas pós- Revolução Industrial são inválidas, é claro que não, mas eu pergunto: Por que então os colaboradores continuam, ainda assim, desmotivados?
É simples, em muitas organizações ainda figura o Chefe, que mal dá um bom dia, que mal sabe o que seus funcionários estão passando fora dos limites da empresa, que não motiva a ascensão profissional, que não dá o direito ao trabalhador de opinar nas diretrizes da empresa, que muita das vezes não sabe nem o nome do seu colaborador. Enfim, hoje necessitamos de líderes, aqueles que integram à equipe de forma altamente participativa, propiciando aos seus comandados, uma jornada de trabalho em ambientes agradáveis, como se fossem uma grande família, lutando por um ideal comum e coletivo. Parecem procedimentos simples, mas em certas organizações, ainda predominam “a era do tronco”.
O escritor James Hunter, em seu livro Como se Tornar um Líder Servidor, relata muito bem este assunto, ele acredita que: “liderar não é ser chefe. Liderar é servir. Embora servir tenha uma conotação de fraqueza para alguns, a liderança servidora pode ter um impacto positivo em nosso desempenho como pais, cônjuges, professores, pastores ou gerentes. Afinal, todos querem se tornar os líderes de que as pessoas precisam – e que merecem”.
Como está sua gestão? Como seus funcionários te enxergam, como um capataz, chefe ou líder?
Como está sua gestão? Como seus funcionários te enxergam, como um capataz, chefe ou líder?
Vanderlei S. Mendonça
em Gestão do Varejo e Gerente do SENAC Varejo/MT
Graduado em Propaganda e Marketing, pós-graduado
Artigo publicado na Revista Paralelo 16-FECOMERCIO/MT-Julho 2010
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